Quais são as diretrizes do Setembro Amarelo e como promover?

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Quem define as diretrizes do Setembro Amarelo é a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Elas estabelecem as regras de participação e divulgação da campanha.

Se você pretende participar ativamente das ações do Setembro Amarelo, é importante estar atento a elas. 

Mas não se preocupe, elas são bastante acessíveis para garantir o máximo de engajamento da sociedade. 

Afinal, o tema do suicídio ainda precisa de muito trabalho de conscientização, inclusive entre os profissionais da saúde, para que as taxas de suicídio diminuam.

Por isso, continue a leitura deste post e se prepare para promover esta campanha de grande relevância para nosso país!

O que é Setembro Amarelo? 

É uma campanha de prevenção do suicídio em que se dedica o mês de setembro para realizar ações de conscientização sobre o tema.

Em síntese, o Setembro Amarelo é coordenado pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e recebe o apoio do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Centro de Valorização da Vida (CVV).

A campanha também conta com a participação de canais de rádio e televisão que colocam o tema em pauta na sua programação. 

Além disso, as empresas abordam a questão com seus funcionários e muitas pessoas divulgam a campanha em suas próprias redes sociais por iniciativa própria.

Apesar do mês de setembro ser um marco importante na prevenção do suicídio, a campanha dura o ano inteiro, sobretudo, devido a gravidade do problema no Brasil.

Além disso, o suicídio é um tema envolto em uma série de preconcepções que atrapalham as pessoas em ajudar alguém que apresenta os sinais de risco.

Na verdade, como resultado, quase todos os casos se relacionam a transtornos mentais, ou seja, a pessoa que toma esta atitude não está em um estado pleno de suas faculdades.

Por isso, a campanha informa a sociedade sobre como identificar os sinais da ideação suicida, como ajudar alguém e onde buscar ajuda.

Como surgiu o Setembro Amarelo?

O Setembro Amarelo tem sua origem nos Estados Unidos, em 1994, com a triste história de Mike Emme. 

Neste ano, o jovem , que tinha 17 anos, tirou sua própria vida sem saber como mostrar que estava sofrendo e precisando de ajuda.

Mike Emme deixou este mundo dentro de seu Mustang 68, que ele mesmo restaurou e pintou de amarelo.

Nesse contexto, depois disso, os amigos de Mike se reuniram com a mãe dele para conversar sobre a tragédia, então, eles perguntaram à senhora Emme sobre o que poderiam fazer para evitar que outros jovens passassem pela mesma situação.

Ela respondeu que se em algum momento eles chegassem a este  ponto de sofrimento que pedissem ajuda.  Foi então que os amigos de Mike criaram 500 cartões com a mensagem “Está tudo bem em pedir ajuda”. Eles também pregaram uma fita amarela em cada um dos cartões como homenagem a Mike e seu amado Mustang.

Os cartões foram todos distribuídos durante os serviços funerários, logo depois, a ação se espalhou pelos Estados Unidos e a fita amarela se tornou um símbolo.

Em 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elegeu a data de 10 de setembro como dia mundial de prevenção ao suicídio tendo o amarelo como tema da campanha. No Brasil, a campanha nacional foi criada alguns anos depois, em 2015, e é realizada sempre durante todo o mês de setembro. 

Dados sobre suicídio no Brasil

Para apresentar os dados sobre o suicídio no Brasil analisamos dois boletins epidemiológicos. 

O primeiro foi lançado em setembro de 2019 e abrange a população de indivíduos com idade entre 15 e 29 anos. Já o segundo cobre a população idosa, acima de 60 anos, e também traz um recorte de 20 a 59 anos, e teve sua divulgação em setembro de 2020.

No boletim de 2019, o número de notificações de autolesões no período foi de 339.730. Já no perfil epidemiológico de 2020, este número é de 293.203 casos.

Confira agora os dados para cada faixa etária:

População entre 15 e 29 anos

Entre 2011 e 2018 houve 154.279 tentativas de suicídio, sendo que 67,3% delas foram mulheres e 32,7% foram homens. Os estados com maior prevalência foram São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

Entre 2011 e 2017 ocorreram 80.352 mortes por suicídio na população com mais de 10 anos de idade, sendo que desses 27,3% tinham a faixa etária entre 15 e 29 anos.

Ao passo que, em relação ao local dos óbitos, a residência foi o mais frequente com 57,3% dos casos, seguido do hospital com 17,6% dos casos.

População adulta entre 20 e 59 anos

Das 293.203 autolesões ocorridas entre 2011 e 2018, 68,8% foram cometidas por adultos entre 20 e 59 anos.

A taxa de mortalidade para essa mesma população, entre 2010 e 2018, aumentou em todos os anos. Começando com 6,7% em 2010 e atingindo 7,8% em 2018.

População idosa (acima de 60 anos)

Foram 11.438 tentativas desta população entre 2011 e 2018. Contudo, apesar do número de tentativas ser menor nesta faixa etária, a taxa de mortalidade é mais alta.

Por exemplo, em 2015, que teve a maior taxa, registrou-se que 7,8% dos óbitos por suicídio foram cometidos por idosos.

Em 2018, os estados com maior prevalência foram o Rio Grande do Sul e o Piauí. Já a menor taxa de mortalidade foi o Amazonas.

Sobre o local das ocorrências, a residência foi ainda mais predominante do que a população anterior, com 85% dos casos registrados.

Quais são as diretrizes do Setembro Amarelo?

Primeiramente temos que citar quem é a representante oficial da campanha de Setembro Amarelo no Brasil, trata-se da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Ela coordena, acima de tudo, as ações em todo o país e organiza debates sobre o tema com a sociedade em eventos e por meio da imprensa.

Logo, é a ABP quem estabelece as diretrizes para a participação e divulgação da campanha. Confira as principais delas:

Entidades federadas da ABP

  • Solicitar audiências públicas para debater o tema do suicídio e de doenças psiquiátricas;
  • Organizar palestras e seminários em universidade e em locais públicos e privados;
  • Realizar atividades como caminhadas, corridas, shows, passeatas para convocar a população a falar sobre o tema;
  • Disseminar informações sobre a prevenção do suicídio;
  • Compartilhamento de materiais online da ABP com a sua logo e das federadas;
  • Distribuir materiais impressos com a logo da ABP, do CFM e das federadas;
  • Parcerias públicas e privadas em nome da campanha, desde que aprovada pela ABP.

Empresas

  • Seguir as orientações de utilização de logos, observando que a marca da empresa não pode vir ao lado das logos do CFM e da ABP;
  • Mobilizar funcionários e colaboradores para orientação sobre doenças mentais e prevenção do suicídio;
  • Empresas com conflitos de interesse com a causa não podem participar da campanha;
  • Apenas instituições públicas e federadas podem utilizar os logos da ABP e do CFM para divulgar ações da campanha;
  • As empresas devem solicitar o logo da campanha ao Departamento de Comunicação da ABP e deve seguir o seu padrão.

Participação de pessoas físicas

Principais objetivos do Setembro Amarelo

O tema do suicídio ainda é difícil de entender, acima de tudo, por grande parte da população, muito disso causado pela falta de informação sobre a saúde mental.

Por isso, os principais objetivos da campanha são informar e conscientizar o público, tanto sobre a prevenção do suicídio, como sobre a saúde mental.

Neste sentido, a campanha foca em ações como:

  • Disponibilizar materiais gratuitos na internet;
  • Distribuir panfletos informativos;
  • Realizar entrevistas com especialistas no rádio, televisão e em lives nas redes sociais;
  • Organizar eventos para mobilizar o público a se engajar no tema.

A ideia é utilizar estes meios de comunicação e os eventos públicos para que as pessoas fiquem atentas aos sinais de ideação suicida em pessoas próximas, e que saibam onde buscar ajuda para si mesmas.

Portanto, o objetivo final é diminuir os preocupantes números que vimos anteriormente,  trazendo para perto da sociedade o acesso aos meios para o alívio do sofrimento mental.

Fatores de risco para o suicídio

Os fatores de risco incluem aspectos sociais, demográficos e clínicos, porém existem estudos que apontam a influência de fatores genéticos. 

Sendo assim, casos de suicídio na família, em especial nos parentes de primeiro grau podem aumentar os riscos de comportamento suicida.

Existem dois tipos de fatores de risco: aqueles que criam as condições para o comportamento suicida e aqueles que os desencadeiam. Constantemente, esses fatores se associam a situações de:

  • Perda real;
  • Perda simbólica;
  • Mudança de status.

Confira a seguir alguns exemplos para de acordo com cada tipo de fator.

Fatores que criam as condições para o suicídio

  • Comportamentos suicidas na família, alcoolismo e abuso de drogas;
  • Doenças físicas;
  • Transtornos mentais;
  • Desesperança;
  • Desemprego ou aposentadoria;
  • Abusos físicos, emocionais ou sexuais sofridos na infância;
  • Isolamento social;

Fatores que podem desencadear o suicídio

  • Separação conjugal ou ruptura de uma relação amorosa;
  • Rejeição afetiva ou social;
  • Alta de hospitalização psiquiátrica recente;
  • Perturbações familiares graves;
  • Demissão do emprego;
  • Modificação abrupta da situação financeira;
  • Vergonha;
  • Gravidez indesejada;
  • Medo de ser descoberto por algo que não é aceito socialmente.

O fator de risco mais importante é a presença de algum transtorno mental, o que é o caso para 90% a 98% das pessoas que se suicidam. Sendo que os transtornos mais comuns incluem a depressão e o alcoolismo.

Como diagnosticar o paciente?

Em primeiro lugar, precisamos eliminar algumas crenças comuns entre os profissionais da saúde que não são especialistas em psiquiatria.

A primeira delas é pensar que perguntar sobre ideias sobre suicídio pode induzir o paciente a ter este comportamento.

A segunda é se ela responder que pensa em tirar a própria vida, o profissional terá que carregar essa responsabilidade.

A verdade é que, na maioria das vezes, abordar a questão diretamente faz com que o paciente se sinta aliviado e acolhido pela oportunidade de expressar seus pensamentos e emoções sobre o tema.

Agora, tendo isso em mente, você deve abordar o paciente de forma calma, empática e sem manifestar julgamentos.

Diagnosticando um paciente: Entrevista

Sendo assim, você deve conduzir a entrevista em uma progressão de perguntas conforme as respostas sejam positivas:

  • Tem pensado na morte ultimamente, mais do que de costume?
  • Você pensa em morrer?
  • Pensa em acabar com a vida?
  • Você fez algum plano para isso?
  • Pode falar um pouco mais sobre isso?

Pode parecer difícil conduzir uma entrevista desse tipo, e realmente não é fácil quando não se tem esse costume. No entanto, esse tipo de abordagem pode salvar vidas.

Logo, antes de começar a entrevista, estabeleça um bom relacionamento com o paciente até que ele se sinta confortável em se expressar e quando ele estiver expressando sentimentos negativos.

Contudo, o diagnóstico não termina com a confirmação dos pensamentos suicidas. É necessário algumas questões adicionais sobre a frequência e a gravidade dessas ideias.

Nesse caso, é importante verificar se o paciente que tem um plano para cometer o suicídio possui acesso aos meios para fazê-lo. 

Após avaliar o risco, você deve oferecer ajuda e encaminhá-lo para uma rede de apoio psicossocial.

Promovendo o Setembro Amarelo

Para promover o Setembro Amarelo, você pode utilizar os materiais gratuitos que estão no site da campanha. Lá você encontrará:

  • A cartilha “Suicídio – Informando para prevenir” criada em parceria da ABP com o CFM;
  • Logo da campanha de 2021;
  • Panfletos, folhetos e cartazes;
  • Materiais para as mídias sociais;
  • Imagens para colocar no seu site;
  • Uma carta aos pais sobre a automutilação e suicídio;
  • Uma cartilha com informações sobre doenças mentais e suicídio.

Com esses materiais, você pode ajudar a divulgar a campanha em seus canais de comunicação como redes sociais e site.

Você também pode organizar rodas de conversa ou palestras sobre o tema para os colaboradores de sua clínica, além de abordar o tema com seus pacientes.

Afinal, a participação dos profissionais da saúde nesta campanha é fundamental! Por isso  divulgue, você também, o Setembro Amarelo para que juntos possamos salvar vidas!  

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Perguntas frequentes:

O que é Setembro Amarelo?

É uma campanha de prevenção do suicídio em que se dedica o mês de setembro para realizar ações de conscientização sobre o tema.

Quais são as diretrizes do Setembro Amarelo?

As principais diretrizes incluem a organização de palestras e seminários; atividades como caminhadas, corridas, shows, passeatas para convocar a população a falar sobre o tema; divulgação de informações sobre a prevenção do suicídio e seguir as regras de divulgação da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Como promover o Setembro Amarelo?

Utilizando os materiais da campanha em suas redes sociais e organizando ações junto aos colaboradores de sua clínica.

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