Como criar protocolos clínicos e quais são as vantagens?

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protocolos clínico

O uso de protocolos clínicos nas instituições de saúde promove a padronização do atendimento e oferece embasamento científico para tomar as melhores decisões. 

A elaboração desses documentos demanda o esforço de diversos profissionais e especialistas.

Acima de tudo, esse processo não se realiza facilmente, mas traz resultados importantes para as unidades de saúde. 

Por isso, continue a leitura deste post para saber como criar protocolos para sua clínica médica!

O que são protocolos clínicos? 

Em síntese, são documentos que reúnem orientações e recomendações para profissionais da saúde sobre o diagnóstico e tratamento de doenças. 

Dessa forma, uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde cria os protocolos clínicos com base em evidências e estudos científicos, garantindo assim a segurança e eficácia dos atendimentos.

Eles apresentam os sintomas que devem ser observados em cada tipo de agravo à saúde para diagnosticar a doença.

Assim, o protocolo clínico apresenta instruções para que a enfermeira, por exemplo, possa diagnosticar uma condição por meio de algumas perguntas simples.

Nesse sentido, os protocolos também indicam quais os medicamentos devem ser utilizados em cada caso e qual a sua posologia.

Por isso, os protocolos clínicos servem tanto para fazer a triagem de pacientes como para o seu atendimento.

Em outras palavras, os protocolos clínicos são como roteiros que orientam o atendimento e padronizam as condutas médicas.

Além disso, eles são ferramentas importantes para a gestão das instituições de saúde, pois possibilitam a previsibilidade para o uso dos materiais e medicamentos.

Desafios da implementação de protocolos clínicos

Em suma, a implementação de protocolos clínicos nas instituições de saúde seguem o movimento internacional da saúde baseado em evidências.

Ou seja, essa implementação ocorre com o objetivo de  garantir resultados confiáveis e de qualidade na assistência médica. 

Isso porque ele precisa conhecer profundamente as preocupações da equipe e motivar sua participação no processo de criação dos protocolos clínicos.

Lembrando que eles precisam ser revisados periodicamente, logo o gestor precisa manter o engajamento da equipe ao longo do tempo.

Constantemente, as revisões regulares são fundamentais para adaptar os protocolos às novas descobertas e mantê-los sempre atualizados.

Isso é importante para que os médicos tenham um suporte confiável para tomar suas decisões. 

Desse modo, as orientações baseadas em dados empíricos ajudam os médicos a não cometer erros.

Sobre Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) 

Os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) são guias de prática clínica que norteiam o atendimento no âmbito do SUS.

A Lei nº 12.401 define os PCDT como documentos que estabelecem os critérios para:

  • A realização do diagnóstico da doença;
  • O tratamento aconselhado;
  • Remédios e outros produtos apropriados;
  • Recomendação de posologias;
  • Mecanismos para o controle clínico;
  • Acompanhamento e análise dos resultados terapêuticos.

Antes de mais nada, os PCDT são publicados na forma de portarias pelo Ministério da Saúde, logo, funcionam também como um modo de regulação do SUS.

Ou seja, estes documentos estabelecem quais os materiais, medicamentos e procedimentos podem ser oferecidos à população

Nesse contexto, a elaboração dos PCDT segue as diretrizes metodológicas do Ministério da Saúde e envolve a participação de especialistas, instituições de saúde e universidades.

Assim, a Subcomissão de PCDT da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC) coordena o processo de elaboração dos protocolos.

Quando os documentos estão prontos, eles passam pela avaliação do plenário da CONITEC.

Ao passo que, os PCDT ficam disponíveis no portal da comissão para consulta pública, permitindo que a população participe do processo.

Então, o plenário analisa as contribuições das pessoas e elabora a versão final do documento que é publicado no diário oficial da União.

Passo a passo para criar protocolos clínicos

Para elaborar os protocolos clínicos, você precisará do auxílio de um comitê formado pelos diferentes profissionais que realizam o atendimento em sua empresa, pesquisadores e especialistas.

Confira a seguir o passo a passo para o trabalho deste comitê:

1. Defina o tema

Investigue quais as práticas clínicas precisam ser padronizadas. Comece buscando evidências que demonstrem que a prática comum pode não ser a melhor.

Em seguida, verifique se há debate na literatura médica sobre elas.

2. Justifique a necessidade do protocolo

Depois da pesquisa inicial, você terá elementos suficientes para justificar a necessidade do protocolo para a padronização da atenção médica.

Primordialmente, este passo é essencial para a fundamentação do protocolo, denotando a característica científica do documento.

3. Contextualize a problematização

Nesta etapa, evidencie um panorama amplo da doença abordada no protocolo. 

Em outras palavras; levante dados sobre a prevalência na população, possíveis complicações, diagnóstico, diferentes tratamentos e condutas aplicadas ao problema.

Nesse contexto, recomenda-se que a bibliografia para este estudo se refira no máximo aos 10 anos anteriores.

4. Apresente o objetivo do protocolo

Defina qual a população a que o protocolo se destina, especificando o perfil dos usuários e dos profissionais que irão aplicá-lo.

Sobretudo, estabeleça também quais as abordagens serão incluídas, ou seja, se diagnóstico, prevenção, tratamento com ou sem a administração de medicamentos, etc.

5. Pesquise as abordagens clínicas

Depois que você delimitou quais as abordagens, pesquise sobre cada uma delas.

Afinal, com essa pesquisa você irá descobrir quais abordagens são mais comuns entre os especialistas e quais precisarão de mais evidências científicas.

6. Busque as evidências na literatura médica

Agora que você já selecionou as abordagens que precisam de evidências, recorra às grandes bases de dados como a Cochrane Library, Medline, Embase, etc.

Dessa maneira, dependendo da abordagem, utilize também referências de outras áreas como enfermagem, fisioterapia, psicologia, entre outras. 

7. Aprove e implemente os protocolos

Posteriormente a formatação do documento em um fluxograma de atendimento, o comitê debate sobre o protocolo até chegar a um consenso e aprová-lo.

Feito isso, basta integrar o protocolo aos processos da instituição para implementá-lo. 

Alguns exemplos de protocolos clínicos 

Por exemplo, para ficar mais claro, confira como é estrutura de um protocolo clínico:

Introdução

Em primeiro lugar, o protocolo inicia com a conceituação da situação clínica a que se destina. Ou seja, sua definição, diagnóstico, dados epidemiológicos e possíveis complicações.

Critérios de inclusão 

Aqui, descreve-se os critérios para incluir o paciente no fluxograma do protocolo clínico. Na prática, são as perguntas realizadas ao paciente e a avaliação de seus sintomas.

Esta etapa pode incluir exames laboratoriais, além da avaliação clínica se necessário.

Critérios de exclusão

Se o fluxograma apresenta mais de uma linha de ação, será preciso fazer perguntas para eliminar algumas das opções.

Conduta 1 (um) 

A primeira opção a ser seguida para tratar o problema. Configura aquela mais frequentemente utilizada.

Conduta 2 (dois)

Neste caso, o paciente precisa de uma atenção especial, pois apresenta algum elemento de risco que precisa ser avaliado com mais cautela pelo médico.

Nos campos de conduta estão também descrição dos medicamentos do tratamento, bem como o esquema de administração, tempo de tratamento e benefícios esperados.

Explicação

Serve para detalhar aspectos das condutas, apresentando também o embasamento científico das mesmas.

Para ficar mais claro, confira um protocolo clínico para Diabete Melito tipo 1 e outro para Psoríase.

Vantagens da adoção de protocolos clínicos 

Segurança do paciente

A utilização de protocolos clínicos reduz os erros relacionados aos diagnósticos e aos tratamentos.

Isso porque, a elaboração desses documentos se baseia em estudos e evidências científicas para selecionar as melhores alternativas para cada doença.

Além disso, a instituição se prepara melhor para atender os problemas, mantendo os recursos necessários para oferecer um atendimento eficiente.

Padroniza o atendimento

A adoção dos protocolos clínicos também evita que haja discrepâncias entre os diversos profissionais que atendem o mesmo paciente.

Ou seja, desde a triagem, passando pelo atendimento médico até a administração de medicamentos pela enfermagem, os profissionais estarão alinhados em um mesmo roteiro de atendimento.

Mais eficiência no atendimento

Os protocolos clínicos estruturam o atendimento médico em um fluxograma. 

Desse modo, ao receber um paciente com uma determinada enfermidade, o hospital pode se preparar para as próximas etapas. Comprando medicamentos e materiais, caso necessário, por exemplo.

Melhora a gestão da instituição

A adoção dos protocolos clínicos traz benefícios tanto para o fluxo de trabalho dos profissionais de saúde, como para a gestão das instituições.

Isso porque, conhecendo essas condutas, os gestores realizam um controle de estoque mais eficiente.

Da mesma forma, o direcionamento dos recursos humanos se torna mais efetiva.

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Perguntas frequentes:

O que são protocolos clínicos?

São documentos que reúnem orientações e recomendações para profissionais da saúde sobre o diagnóstico e tratamento de doenças, trazendo inclusive informações sobre medicamentos e sua posologia.

Como criar protocolos clínicos?

Monte um comitê analisando as práticas clínicas que precisam ser padronizadas, pesquisando evidências científicas, selecionando dessa forma, as melhores abordagens e formatando um documento com um fluxograma de atendimento.

Quais são as vantagens dos protocolos clínicos?

Redução de erros médicos, padronização dos atendimentos e maior eficiência nos atendimentos.

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