CFM regulariza a cirurgia robótica no Brasil, entenda o que muda agora!

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cirurgia robótica no brasil

Recentemente, o Conselho Federal de Medicina publicou uma série de normas para regularizar a cirurgia robótica no Brasil. 

A resolução 2.311/2022 define o conteúdo dos cursos de capacitação para cirurgias robóticas e telecirurgias e apresenta detalhes técnicos, tais como os hospitais aptos para receber esse tipo de operação e a formação das equipes multidisciplinares durante o procedimento. 

As mudanças impactam não só os médicos que desejam fazer residência em cirurgia, mas também aqueles que já oferecem a cirurgia robótica como opção aos pacientes. 

Confira neste artigo um resumo das principais informações emitidas pelo CFM e saiba qual é o impacto das alterações propostas pelo Conselho para sua rotina profissional. 

O que muda com a regulamentação da cirurgia robótica no Brasil?

Em resumo, as modificações influenciam a rotina médica no treinamento, segurança e estrutura para a utilização da cirurgia robótica. 

Aos médicos a principal modificação é diante do processo da especialização.

Já aos gestores a atenção é na oferta do serviço. Por ser um procedimento de alta complexidade, somente hospitais estruturados e capacitados podem contemplar essa demanda. 

Como o profissional pode se especializar em cirurgia robótica 

O cirurgião apto para realizar as cirurgias robô-assistidas precisa possuir o Registro de Qualificação de Especialista (RQE) no respectivo Conselho Regional de Medicina (CRM) na área cirúrgica relacionada. Ele também deve passar por um treinamento específico de duas etapas: básica e avançada.

A capacitação é feita durante a residência médica, ou em cursos especializados, para os médicos já formados com interesse.

Treinamento

Dividido em duas etapas, o treinamento para cirurgia robótica inicia por meio de estudos teóricos e atividades em ambientes virtuais. O objetivo é desenvolver as habilidades psicomotoras necessárias para manuseio dos robôs.

Assim, os participantes devem:

  1. Assistir vídeos e realizar atividades em ambientes virtuais;
  2. Cumprir carga horária mínima de 20 horas em um simulador;
  3. Realizar uma simulação da operação com duração aproximada de 2 horas;
  4. Acompanhar 10 cirurgias robô-assistidas, em que pelo menos 3 serão de sua especialidade.

Na segunda etapa o médico atua como cirurgião principal, mas com a supervisão de um cirurgião-instrutor em cirurgia robótica. Será preciso realizar um mínimo de 10 cirurgias da sua especialidade para obter aprovação e poder iniciar seu trabalho.

Aqueles que desejarem se tornar cirurgiões-instrutores deverão realizar pelo menos 50 cirurgias robóticas como cirurgião principal na sua especialidade.

Segurança

Entre as necessidades de segurança a principal é que o cirurgião tenha passado pelo treinamento e possua RQE da especialidade cirúrgica. O procedimento conta com uma equipe mínima para sua realização, que envolve um cirurgião principal, cirurgião-auxiliar, anestesista, instrumentador e enfermeiros.

A pessoa que comandará as ações do console será o cirurgião principal. O cirurgião-auxiliar, com as mesmas certificações do principal, prestará assistência direta ao paciente e poderá atuar em casos adversos.

Mesmo em uma cirurgia minimamente invasiva, essas normas se tornam indispensáveis para assegurar o bem-estar do paciente.

Resolução define a obrigatoriedade da realização dos procedimentos em hospitais de alta complexidade

Classificada como alta complexidade, a cirurgia robótica deve ser feita em hospitais que atendam suas demandas. Serviços de apoio como UTI, exames diagnósticos de imagem e outros devem estar disponíveis em casos de intercorrências na cirurgia. 

A telecirurgia também foi regulamentada

Com a regulamentação da telecirurgia robótica outras necessidades foram previstas como a segurança contra vírus e ataques hackers. 

Por telecirurgia entende-se que a operação ocorre de forma remota, ou seja, o cirurgião não estará precisamente no hospital. O cirurgião manipula remotamente os instrumentos da operação usando uma tecnologia interativa e segura para controlar os movimentos do robô. 

Nesta categoria a equipe é composta por três cirurgiões, além dos demais envolvidos (instrumentador, anestesista e enfermeiros): 

  1. Cirurgião remoto, que vai operar o equipamento robótico sem estar no centro cirúrgico ou no próprio hospital.
  2. Cirurgião presencial, que deverá estar na sala durante todo o procedimento e poderá assumir as ações caso ocorram imprevistos técnicos.
  3. Cirurgião-auxiliar, será responsável por auxiliar o cirurgião presencial se for necessária a intervenção em relação ao paciente ou ao robô.

Lembrando que todos os cirurgiões envolvidos devem portar RQE na especialidade cirúrgica em questão. O consentimento do paciente (ou representante legal) e a autorização da diretoria do hospital.

O histórico do procedimento no Brasil 

Mesmo a resolução sendo nova, a cirurgia robótica já é usada no Brasil há mais de 10 anos, desde quando a ANVISA aprovou a técnica. O primeiro procedimento aconteceu no dia 30 de março de 2008, no Hospital Albert Einstein e foi uma prostatectomia radical.

O Food and Drug Administration (FDA), apesar de ter autorizado em 2000 o uso da técnica, somente em 2019 reconheceu como uma opção terapêutica segura e efetiva. Essa ação, assim como de outros países, influenciaram a regulamentação feita pelo CFM.

Certificação em cirurgia robótica

Inicialmente a certificação para cirurgia robótica no Brasil era oferecida pelas empresas que fabricavam os robôs. O treinamento era feito exclusivamente por eles, e havia um valor alto a ser pago para a realização da prova de qualificação. Outros profissionais até mesmo optam por se especializar fora do país.

Conforme o procedimento foi se consolidando, alguns hospitais passaram a ofertar cursos, como o Albert Einstein e o Sírio-Libanês. Agora, se espera que novas especializações surjam, facilitando o processo de treinamento dos médicos.

Como exemplo podemos citar a Sociedade Brasileira de Urologia seccional Bahia (SBU-BA), a especialidade é compreendida como a que mais realiza procedimentos robóticos desde sua chegada. Por isso, eles conseguiram a oportunidade de certificar urologistas e credenciar centros de treinamentos, com a ajuda da Associação Médica Brasileira (AMB).

Transformação digital na saúde

Os avanços tecnológicos que vem impactando a medicina e revolucionando a qualidade dos serviços médicos são conhecidos como transformação digital na saúde. As melhorias vão desde rotinas simples no consultório até ações mais complexas, como a realização de cirurgias com o auxílio de robôs e à distância.

São considerados benefícios desse avanço:

  • A facilitação para realizar diagnósticos mais precisos, agilizando o processo com prontuários eletrônicos;
  • Integração entre diferentes níveis de atenção à saúde estão sendo registradas em um sistema único;
  • Com um banco de dados mais completo é possível ter uma melhora na vigilância epidemiológica.

Entre os recursos decorrentes da transformação digital na saúde estão os sistemas de gerenciamento médico. Os softwares foram desenvolvidos para atender todas as esferas de uma clínica e/ou consultório. Do gerenciamento da sua agenda, controle de estoque até a organização dos prontuários eletrônicos.

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Perguntas frequentes:

Qual a diferença entre cirurgia robótica e telecirurgia?

A cirurgia robótica é feita com o cirurgião principal no centro cirúrgico operando um console de robô. Já a telecirurgia robótica conta com três cirurgiões, um deles é remoto, ou seja, não estará na sala durante o procedimento.

Quantas etapas existem no treinamento para cirurgia robótica?

O treinamento consiste em duas etapas, a primeira é básica onde o médico vai estudar e fazer atividades em ambientes virtuais. A segunda etapa é a avançada, momento em que atuará como cirurgião principal sendo supervisionado pelo cirurgião instrutor.

Quem pode fazer cirurgias robóticas?

Todo médico que possuir RQE na área de especialidade cirúrgica e passar pelo treinamento básico e avançado.

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